sábado, 11 de fevereiro de 2023

Liber Manifestationis

LIBER MANIFESTATIONIS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPUT PRIMUM

 

1.1 Magus Akinaton no ano de 2015 do calendário comum brasileiro começou a ter suas visões que originaram a vertente do Mul-Abroísmo.

1.2 Para isso acontecer foi necessário que antes Akinaton se libertasse de todos os dogmas e conceitos já existentes.

1.3 Livre de pensamentos e ideias, em sua consciência ascendeu o Olho de Abroz, o Tudo.

1.4 O Olho de Abroz reconhece somente a realidade, que é individual.

1.5 A realidade individual não se limita a sensações nem desejos do próprio indivíduo, mas inclui tanto a si quanto aquilo que lhe cerca.

1.6 Portanto esperanças, fé e moralidades revelam-se como construções verdadeiras que se alteram a cada instante.

1.7 O Olho de Abroz enxerga além do que é somente conveniente. Revelando a natureza da Criação cósmica como imparcial à vontade dos seres que nele habitam.

1.8 As visões de Akinaton não são fundamentadas em imaginação ou criatividade; Não são percebidas através de vias sensoriais, como por exemplo: visão, tato, olfato, paladar ou audição; Suas expressões são inexplicáveis por via simples das palavras; Ainda assim, estão lá para aqueles que podem contemplá-las.

1.9 A insatisfação trás consigo o seu oposto, mostrando ambas as faces da dualidade, e então, também tudo o que se movimenta entre elas.

1.10 Conhecendo a perfeição como sendo também imperfeição, não existem mentiras.

1.11 O Olho de Abroz não revela à nenhuma de suas partes Mul, o Nada. Somente em sua totalidade Abroz conhece Mul, pois o Nada compreende toda a sua forma e conecta-se com ela. Mul e Abroz são essencialmente um só, o Tudo e o Nada ou Mul-Abroz, o Deus Supremo. O Olho de Abroz consegue ver a inexistência, trazendo o conceito da incerteza.

1.12 No interior de Abroz a manifestação é realidade com infinitas e ilimitadas formas. Mul alimenta Abroz com sua inexistência.

1.13 Abroz é em si uma realidade que está para além de si mesmo, não sendo essencialmente regido por leis. Sua manifestação pode ser totalmente acausal, ou seja, não definida como reação a qualquer ação anterior. Mul-Abroz não se limita a tendências como o espaço-tempo.

1.14 É impossível para um observador de Abroz compreender totalmente os motivos das transformações; Havendo em cada um sua própria percepção.

1.15 Aquele que desperta o Olho de Abroz detém portanto a chave para abrir o portal do impossível. Através desse portal existem infinitos outros portais, como um labirinto, em que cada portal necessita de uma diferente chave para ser aberto.

1.16 Os caminhos são estruturados sob indefinição de qualquer propósito e ao mesmo tempo abrigando todo e qualquer propósito.

1.17 Para qualquer observador, a existência e a inexistência são divididas entre Hanthor-Vastyr e Agaron. Sendo Hanthor-Vastyr todas as manifestações do Criador, e Agaron todas as manifestações da Anti-Criação.

1.18 Hanthor-Vastyr determinou a realização do Universo Cósmico, tendo como princípio a divindade Gonla, o tecido do espaço-tempo.

1.19 Gonla gerou consigo a divindade Yowhe, a tendência a manter Gonla, e a divindade Opositor, a tendência a descontruir Gonla.

1.20 A interação entre Gonla, Yowhe e Opositor deram forma a outras divindades através de vários níveis significativos de existência possivelmente perceptíveis.

1.21 Um fluxo de realidade então já se iniciara, regida por divindades predominantes e semi-divindades.

1.22 Mul permanece intocado, imperturbável, enquanto Abroz se transforma na beira de um abismo sem fim.

 

 

 

CAPUT DUO

 

2.1 Gonla, Yowhe e Opositor não são deuses, são divindades. Os três são o universo cósmico em sua totalidade.

2.2 Gonla-Yowhe-Opositor trouxeram consigo as primeiras doze divindades menores, que são: Parâmetro, Distância, Força, Mudança, Repulsão, Aceleração, Junção, Refreamento, Atração, Preservação, Concentração e Direção. Tais divindades totalizam o Arco Cósmico.

2.3 O conceito de cada uma das doze divindades do Arco Cósmico não tem sentido casual; Elas levam suas características da maneira mais bruta possível.

Quando falamos de Parâmetro falamos sobre a geometria e a matemática.

Quando falamos da Distância falamos de qualquer espaço entre dois pontos.

Quando falamos de Força falamos do impulso primordial que leva ao movimento ou ao não movimento.

Quando falamos da Mudança falamos sobre a tendência a qualquer modificação, alteração de qualquer coisa.

Quando falamos da Repulsão falamos da tendência de um ponto se afastar de outro.

Quando falamos da Aceleração falamos da tendência a acelerar qualquer tipo de processo.

Quando falamos de Junção falamos sobre a interação entre qualquer coisa.

Quando falamos sobre Refreamento falamos sobre a tendência de reduzir a velocidade de qualquer processo.

Quando falamos de Atração falamos da tendência a unir dois pontos.

Quando falamos de Preservação falamos sobre a tendência de qualquer situação não se modificar.

Quando falamos de Concentração falamos sobre o efeito gerado através de diversos pontos próximos.

Quando falamos de Direção falamos de todas as linhas retas, hipotéticas ou não, que atravessam um ponto.

2.4 A interação das divindades do Arco Cósmico resulta nas cinco divindades do Plano Elemental, que são: Fluxo, Consciência, Usama, Morte e Vida.

Quando falamos de Fluxo falamos de todas as partículas e forças físicas se formando, se partindo, agindo e interagindo.

Quando falamos de Consciência falamos do Olho de Abroz, em todos os seus níveis de desperto, dos observadores, da senciência.

Quando falamos de Usama falamos da transformação da Consciência a partir de sua destruição.

Quando falamos de Morte falamos do exato fenômenos da interrupção do processo da vida.

Quando falamos da Vida falamos do processo da vida em si desde seu surgimento até logo antes da sua interrupção.

2.5 A interação das cinco divindades do Plano Elemental criam as quatro divindades do Plano Espiritual, que são: Estados, Gênios, Shashas e Pensamentos.

Quando falamos de Estados falamos da percepção geral qualquer senciência. São as sensações.

Quando falamos de Gênios falamos de emoções e sentimentos.

Quando falamos de Shashas falamos de convicções morais que se alteram muito ou pouco a cada instante.

Quando falamos de Pensamentos falamos de imaginação, raciocínio e memória.

 

 

 

 

CAPUT TERTIUS

 

3.1 Dentro do Plano Espiritual temos uma infinidade de interpretações dos estímulos externos, fenômenos, processos e situações, levando aos conceitos de enganos, erros e ilusões. Isso ocorre porque cada ser senciente ocupa uma única e singular perspectiva do universo, e são também incapazes de compreender o Tudo e o Nada.

3.2 A percepção do universo cósmico não é exata quanto às características do que é percebido. Por isso, tudo o que se pode perceber através dos sentidos é Kansharu, uma semi-divindade.

3.3 Quanto mais desperto estiver o Olho de Abroz numa consciência, mais ela compreenderá Kansharu e suas implicações na realidade suprema.

3.4 Abroz, o Tudo, de Mul-Abroz foi fragmentado com a Criação do universo cósmico, e somente em totalidade pode se comunicar com Mul, o Nada de Mul-Abroz, que permaneceu coeso.

3.5 Embora a consciência não compreenda a verdadeira forma das divindades e suas interações, cada percepção é uma verdade também.

3.6 Tendo como verdade a existência de qualquer fenômeno ou sensação, porque tudo o que existe e acontece, acontece em Abroz, que por sua vez é parte de Mul-Abroz.

3.7 Portanto quando falamos de ilusões, falamos também de verdades, cada qual em seu próprio espectro de existência causal.

3.8 A Consciência interagindo com os Estados, Gênios, Pensamentos produz Shashas, a divindade que rege a personalidade de cada consciência. Shashas portanto se subdivide em diversos shashas; todos eles divinos. Ainda assim, a Consciência é essencialmente separada de Shashas.

3.9 De maneira que tudo o que acontece é abençoado pelas divindades. Não existem pecados nem mandamentos divinos, apenas as vontades das divindades em contato com a chama eterna do Nada.