LIBER
MANIFESTATIONIS
CAPUT
PRIMUM
1.1 Magus Akinaton no ano de 2015 do calendário
comum brasileiro começou a ter suas visões que originaram a vertente do
Mul-Abroísmo.
1.2 Para isso acontecer foi necessário que
antes Akinaton se libertasse de todos os dogmas e conceitos já existentes.
1.3 Livre de pensamentos e ideias, em sua
consciência ascendeu o Olho de Abroz, o Tudo.
1.4 O Olho de Abroz reconhece somente a
realidade, que é individual.
1.5 A realidade individual não se limita a
sensações nem desejos do próprio indivíduo, mas inclui tanto a si quanto aquilo
que lhe cerca.
1.6 Portanto esperanças, fé e moralidades
revelam-se como construções verdadeiras que se alteram a cada instante.
1.7 O Olho de Abroz enxerga além do que é
somente conveniente. Revelando a natureza da Criação cósmica como imparcial à
vontade dos seres que nele habitam.
1.8 As visões de Akinaton não são fundamentadas
em imaginação ou criatividade; Não são percebidas através de vias sensoriais,
como por exemplo: visão, tato, olfato, paladar ou audição; Suas expressões são inexplicáveis
por via simples das palavras; Ainda assim, estão lá para aqueles que podem contemplá-las.
1.9 A insatisfação trás consigo o seu oposto,
mostrando ambas as faces da dualidade, e então, também tudo o que se movimenta
entre elas.
1.10 Conhecendo a perfeição como sendo também
imperfeição, não existem mentiras.
1.11 O Olho de Abroz não revela à nenhuma de
suas partes Mul, o Nada. Somente em sua totalidade Abroz conhece Mul, pois o
Nada compreende toda a sua forma e conecta-se com ela. Mul e Abroz são
essencialmente um só, o Tudo e o Nada ou Mul-Abroz, o Deus Supremo. O Olho de
Abroz consegue ver a inexistência, trazendo o conceito da incerteza.
1.12 No interior de Abroz a manifestação é
realidade com infinitas e ilimitadas formas. Mul alimenta Abroz com sua
inexistência.
1.13 Abroz é em si uma realidade que está para
além de si mesmo, não sendo essencialmente regido por leis. Sua manifestação
pode ser totalmente acausal, ou seja, não definida como reação a qualquer ação
anterior. Mul-Abroz não se limita a tendências como o espaço-tempo.
1.14 É impossível para um observador de Abroz
compreender totalmente os motivos das transformações; Havendo em cada um sua
própria percepção.
1.15 Aquele que desperta o Olho de Abroz detém
portanto a chave para abrir o portal do impossível. Através desse portal
existem infinitos outros portais, como um labirinto, em que cada portal necessita
de uma diferente chave para ser aberto.
1.16 Os caminhos são estruturados sob
indefinição de qualquer propósito e ao mesmo tempo abrigando todo e qualquer
propósito.
1.17 Para qualquer observador, a existência e a
inexistência são divididas entre Hanthor-Vastyr e Agaron. Sendo Hanthor-Vastyr
todas as manifestações do Criador, e Agaron todas as manifestações da
Anti-Criação.
1.18 Hanthor-Vastyr determinou a realização do
Universo Cósmico, tendo como princípio a divindade Gonla, o tecido do
espaço-tempo.
1.19 Gonla gerou consigo a divindade Yowhe, a
tendência a manter Gonla, e a divindade Opositor, a tendência a descontruir
Gonla.
1.20 A interação entre Gonla, Yowhe e Opositor
deram forma a outras divindades através de vários níveis significativos de
existência possivelmente perceptíveis.
1.21 Um fluxo de realidade então já se
iniciara, regida por divindades predominantes e semi-divindades.
1.22 Mul permanece intocado, imperturbável,
enquanto Abroz se transforma na beira de um abismo sem fim.
CAPUT
DUO
2.1 Gonla, Yowhe e Opositor não são deuses, são
divindades. Os três são o universo cósmico em sua totalidade.
2.2 Gonla-Yowhe-Opositor trouxeram consigo as
primeiras doze divindades menores, que são: Parâmetro, Distância, Força, Mudança,
Repulsão, Aceleração, Junção, Refreamento, Atração, Preservação, Concentração e
Direção. Tais divindades totalizam o Arco Cósmico.
2.3 O conceito de cada uma das doze divindades
do Arco Cósmico não tem sentido casual; Elas levam suas características da
maneira mais bruta possível.
Quando falamos de Parâmetro falamos sobre a
geometria e a matemática.
Quando falamos da Distância falamos de qualquer
espaço entre dois pontos.
Quando falamos de Força falamos do impulso
primordial que leva ao movimento ou ao não movimento.
Quando falamos da Mudança falamos sobre a
tendência a qualquer modificação, alteração de qualquer coisa.
Quando falamos da Repulsão falamos da tendência
de um ponto se afastar de outro.
Quando falamos da Aceleração falamos da
tendência a acelerar qualquer tipo de processo.
Quando falamos de Junção falamos sobre a
interação entre qualquer coisa.
Quando falamos sobre Refreamento falamos sobre
a tendência de reduzir a velocidade de qualquer processo.
Quando falamos de Atração falamos da tendência
a unir dois pontos.
Quando falamos de Preservação falamos sobre a
tendência de qualquer situação não se modificar.
Quando falamos de Concentração falamos sobre o
efeito gerado através de diversos pontos próximos.
Quando falamos de Direção falamos de todas as
linhas retas, hipotéticas ou não, que atravessam um ponto.
2.4 A interação das divindades do Arco Cósmico
resulta nas cinco divindades do Plano Elemental, que são: Fluxo, Consciência,
Usama, Morte e Vida.
Quando falamos de Fluxo falamos de todas as
partículas e forças físicas se formando, se partindo, agindo e interagindo.
Quando falamos de Consciência falamos do Olho
de Abroz, em todos os seus níveis de desperto, dos observadores, da senciência.
Quando falamos de Usama falamos da
transformação da Consciência a partir de sua destruição.
Quando falamos de Morte falamos do exato
fenômenos da interrupção do processo da vida.
Quando falamos da Vida falamos do processo da
vida em si desde seu surgimento até logo antes da sua interrupção.
2.5 A interação das cinco divindades do Plano
Elemental criam as quatro divindades do Plano Espiritual, que são: Estados,
Gênios, Shashas e Pensamentos.
Quando falamos de Estados falamos da percepção
geral qualquer senciência. São as sensações.
Quando falamos de Gênios falamos de emoções e
sentimentos.
Quando falamos de Shashas falamos de convicções
morais que se alteram muito ou pouco a cada instante.
Quando falamos de Pensamentos falamos de
imaginação, raciocínio e memória.
CAPUT
TERTIUS
3.1 Dentro do Plano Espiritual temos uma
infinidade de interpretações dos estímulos externos, fenômenos, processos e
situações, levando aos conceitos de enganos, erros e ilusões. Isso ocorre
porque cada ser senciente ocupa uma única e singular perspectiva do universo, e
são também incapazes de compreender o Tudo e o Nada.
3.2 A percepção do universo cósmico não é exata
quanto às características do que é percebido. Por isso, tudo o que se pode
perceber através dos sentidos é Kansharu, uma semi-divindade.
3.3 Quanto mais desperto estiver o Olho de
Abroz numa consciência, mais ela compreenderá Kansharu e suas implicações na
realidade suprema.
3.4 Abroz, o Tudo, de Mul-Abroz foi fragmentado
com a Criação do universo cósmico, e somente em totalidade pode se comunicar
com Mul, o Nada de Mul-Abroz, que permaneceu coeso.
3.5 Embora a consciência não compreenda a
verdadeira forma das divindades e suas interações, cada percepção é uma verdade
também.
3.6 Tendo como verdade a existência de qualquer
fenômeno ou sensação, porque tudo o que existe e acontece, acontece em Abroz,
que por sua vez é parte de Mul-Abroz.
3.7 Portanto quando falamos de ilusões, falamos
também de verdades, cada qual em seu próprio espectro de existência causal.
3.8 A Consciência interagindo com os Estados,
Gênios, Pensamentos produz Shashas, a divindade que rege a personalidade de
cada consciência. Shashas portanto se subdivide em diversos shashas; todos eles
divinos. Ainda assim, a Consciência é essencialmente separada de Shashas.
3.9 De maneira que tudo o que acontece é
abençoado pelas divindades. Não existem pecados nem mandamentos divinos, apenas
as vontades das divindades em contato com a chama eterna do Nada.